Não tenho ideia de como mudar as minhas janelas de memória,
nem como ajudar meus alunos a equilibrar a emoção. Minhas próprias emoções
estão um caos. Sei que a família há muito não faz seu papel, sequer educam sua
prole nos instintos mais básicos, quem dirá sua emoção e seus pensamentos.
Procuro dar bons exemplos aos meus alunos, ser exemplo de
determinação, coragem, sabedoria. Concordo que o exemplo influencia muito. Mas
eu mesma não fujo das minhas raízes. Muitas das minhas heranças negativas foram
herdadas de meus pais.
Transformar meu "EU" em gerente dos meus pensamentos não é
tarefa fácil – uma das coisas que me gera grande ansiedade é ruminar fatos
passados e tentar antecipar o futuro. E se não o faço durante o dia, o faço
dormindo em forma de sonhos (pesadelos).
Augusto Cury foi muito vago na questão de reformulação do
papel da escola... assunto que me interessa profundamente. Dizer que a escola
precisa ser reformulada é fato. Mas como mudar o que parece ser o fundo do
poço?
Os 25 itens que são citados como funções gerenciadoras dos
pensamentos são explicados e reconheço alguns que realizo e outros que não
tenho a menor ideia de como realizar – na verdade a maioria. Quando penso nos
meus problemas, não consigo pensar neles como “humanidade” – só pra
exemplificar.
Há muitos questionamentos, vários até repetitivos, mas
poucas respostas práticas.
A partir do capítulo 9, quando ele – o autor, vai
descrevendo os tipos de EU, me reconheço na maioria – mas apenas nos de características
negativas.
Meu “EU viajante” pensa, imagina e fantasia, construo
inúmeros pensamentos assombrosos; meu “EU flutuante” me torna uma pessoa de
humor instável, com pouca energia, sonolenta durante o dia e até agressiva. Meu
“EU sabotador” remói injustiças, fracassos, erros, sem falar no excesso de
cobrança. Exijo mesmo demais de mim. Meu “EU acelerado” quer ler tudo, saber de
tudo, ser bem informada. Portanto, apresento inúmeras posturas doentias. Se não
há soluções mágicas para me transformar, me sinto mergulhada num caos
particular.
Na página 99 Cury sugere que existem vários tipos de
ansiedade e um deles a minha psiquiatra já comentou, que é a síndrome de
Burnout e é comum entre professores, considerada uma doença do trabalho.
Dos 16 sintomas relacionados a Síndrome do Pensamento Acelerado,
eu apresento 9 com grande constância: ansiedade, mente inquieta, insatisfação,
acordo cansada, sofro por antecipação, me irrito com facilidade e meu humor é
inconstante, sou impaciente, tenho dificuldade de lidar com pessoas e situações
lentas, sinto muita dor de cabeça e nos últimos tempos, se muito ansiosa, sinto
taquicardia.
Um ponto colocado como marcante é o sofrimento por
antecipação. E não sofro disso só durante o dia. Meu sono não é reparador
porque mesmo dormindo me preocupo, criando sonhos sobre os problemas. É
realmente angustiante.