A série de notícias ruins que precederam o início dos Jogos gerou grande expectativa em relação ao seu primeiro grande evento, a cerimônia de abertura. E mesmo com orçamento menor do que edições anteriores, a festa impressionou e foi elogiada no Brasil e no mundo. Acima vídeo da pira olímpica acesa e em movimento, uma das novidades do evento.
A primeira medalha de ouro desta edição veio junto com uma história de superação de uma mulher negra e de origem humilde. Após ser eliminada em Londres, a judoca Rafaela Silva foi alvo de ofensas e racismo. Desta vez, sagrou-se campeã.
Com cinco ouros e uma prata na Rio 2016, o nadador americano Michael Phelps agora tem 28 medalhas - 23 de ouro -, solidificando sua posição como o maior atleta olímpico de todos os tempos. Phelps conseguiu em cinco edições os mesmos 23 ouros que o Brasil havia obtido em toda sua história em Olimpíadas até o início da Rio 2016. Aos 31 anos, ele anunciou que esta foi sua última Olimpíada, despedindo-se definitivamente das competições.
A ginasta americana Simone Biles foi outra atleta que brilhou nesta Olimpíada. Com apenas 19 anos, ela impressionou o público com suas acrobacias e venceu quatro das cinco finais em que participou - sua quinta medalha foi um bronze, tornando-a a atleta a conseguir mais medalhas em uma edição dos Jogos neste esporte.
No primeiro final de semana olímpico, o caso de um torcedor que foi retirado à força das finais do tiro com arco por supostamente ter gritado "Fora Temer" levantou uma discussão sobre a liberdade de expressão dentro dos estádios. A Justiça acolheu um pedido do Ministério Público Federal para que União, Estado do Rio de Janeiro e Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos se abstivessem de "impedir a manifestação pacífica de cunho político através da exibição de cartazes, uso de camisetas e de outros meios lícitos nos locais oficiais" da Olimpíada. Apesar disso, alguns torcedores relataram que foram impedidos de mostrar cartazes criticando o presidente em exercício durante os jogos.
Em uma das cenas mais emblemáticas dos Jogos, duas corredoras foram celebradas como verdadeiras atletas olímpicas após pararem, em momentos diferentes da corrida, para ajudar a rival caída na pista. Abbey D'Agostino, de 24 anos, ajudou a neozelandesa Nikki Hamblin, que caiu após as duas se enroscarem nas eliminatórias dos 5.000 metros no Rio. Depois foi a vez de Hamblin, de 28 anos, ajudar D'Agostino. Ambas terminaram a prova com os últimos tempos. Elas se abraçaram antes de D'Agostino deixar a pista em uma cadeira de rodas, com um tornozelo lesionado.
As vaias da torcida do Brasil contra os adversários ecoaram pelo mundo e foram criticadas pela imprensa internacional e até mesmo por alguns atletas. Para eles, a forma como se assiste a uma partida de futebol não cabe em esportes como tênis de mesa, hipismo ou atletismo.
Ryan Lochte poderia ter saído destes Jogos orgulhoso de seu ouro no revezamento 4x200 metros livre, a 12ª medalha olímpica de sua carreira, mas acabou como protagonista de um escândalo internacional, acusado de mentir sobre os roubo que ele e mais três nadadores americanos teriam sido vítimas.Seu companheiro de equipe James Feigen foi multado em R$ 35 mil. Os outros dois atletas, Gunnar Bentz e Jack Conger, foram liberados pela polícia sem serem indiciados. O COI abriu uma comissão disciplinar para investigar o caso e foi comprovado que houve falsa acusação de crime. Foi embora com fama de mentiroso e perdeu vários de seus patrocínios.
Isaquias Queiroz não ganhou um ouro na canoagem, mas nem precisou de um para fazer história. Ele subiu ao pódio nas três provas que participou e tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar três medalhas - duas pratas e um bronze - em uma única edição dos Jogos.
O jamaicano Usain Bolt chegou à Rio 2016 como sua maior estrela e não decepcionou. Ele conseguiu não só um, mas três tricampeonatos inéditos, nos 100 e 200 metros rasos e no revezamento de 4x100 metros. Esbanjando simpatia com o público disse que esta foi sua última Olimpíada, que já não há mais o que ganhar.
Após empatar em 1x1 no tempo regulamentar, a seleção masculina de futebol do Brasil bateu a Alemanha, sua algoz na Copa do Mundo, por 5x4 nos pênaltis e ficou com o ouro inédito na modalidade na Rio 2016, o único que faltava no rol de títulos do time. Além disso, esta foi a sexta medalha de ouro - e 17ª no total - do Brasil nesta edição dos Jogos, o que levou o país ao seu melhor desempenho na história das Olimpíadas.
(http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37138078 acessado em 16 de setembro de 2016)