terça-feira, 3 de março de 2015

"ANSIEDADE - COMO ENFRENTAR O MAL DO SÉCULO", de Augusto Cury - Parte 2

Não tenho ideia de como mudar as minhas janelas de memória, nem como ajudar meus alunos a equilibrar a emoção. Minhas próprias emoções estão um caos. Sei que a família há muito não faz seu papel, sequer educam sua prole nos instintos mais básicos, quem dirá sua emoção e seus pensamentos.
Procuro dar bons exemplos aos meus alunos, ser exemplo de determinação, coragem, sabedoria. Concordo que o exemplo influencia muito. Mas eu mesma não fujo das minhas raízes. Muitas das minhas heranças negativas foram herdadas de meus pais.
Transformar meu "EU" em gerente dos meus pensamentos não é tarefa fácil – uma das coisas que me gera grande ansiedade é ruminar fatos passados e tentar antecipar o futuro. E se não o faço durante o dia, o faço dormindo em forma de sonhos (pesadelos).
Augusto Cury foi muito vago na questão de reformulação do papel da escola... assunto que me interessa profundamente. Dizer que a escola precisa ser reformulada é fato. Mas como mudar o que parece ser o fundo do poço?
Os 25 itens que são citados como funções gerenciadoras dos pensamentos são explicados e reconheço alguns que realizo e outros que não tenho a menor ideia de como realizar – na verdade a maioria. Quando penso nos meus problemas, não consigo pensar neles como “humanidade” – só pra exemplificar.
Há muitos questionamentos, vários até repetitivos, mas poucas respostas práticas.
A partir do capítulo 9, quando ele – o autor, vai descrevendo os tipos de EU, me reconheço na maioria – mas apenas nos de características negativas.
Meu “EU viajante” pensa, imagina e fantasia, construo inúmeros pensamentos assombrosos; meu “EU flutuante” me torna uma pessoa de humor instável, com pouca energia, sonolenta durante o dia e até agressiva. Meu “EU sabotador” remói injustiças, fracassos, erros, sem falar no excesso de cobrança. Exijo mesmo demais de mim. Meu “EU acelerado” quer ler tudo, saber de tudo, ser bem informada. Portanto, apresento inúmeras posturas doentias. Se não há soluções mágicas para me transformar, me sinto mergulhada num caos particular.
Na página 99 Cury sugere que existem vários tipos de ansiedade e um deles a minha psiquiatra já comentou, que é a síndrome de Burnout e é comum entre professores, considerada uma doença do trabalho.
Dos 16 sintomas relacionados a Síndrome do Pensamento Acelerado, eu apresento 9 com grande constância: ansiedade, mente inquieta, insatisfação, acordo cansada, sofro por antecipação, me irrito com facilidade e meu humor é inconstante, sou impaciente, tenho dificuldade de lidar com pessoas e situações lentas, sinto muita dor de cabeça e nos últimos tempos, se muito ansiosa, sinto taquicardia.
Um ponto colocado como marcante é o sofrimento por antecipação. E não sofro disso só durante o dia. Meu sono não é reparador porque mesmo dormindo me preocupo, criando sonhos sobre os problemas. É realmente angustiante.